quinta-feira, 25 de maio de 2017

O ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci já discute os anexos da sua delação premiada com seus advogados. Isso significa que as tratativas para seu acordo estão aceleradas. Segundo o blog apurou, um fator que ajudou Palocci nas negociações nos últimos dias foi a delação da JBS. Motivo: investigadores da Lava Jato avaliam que a repercussão sobre os termos do acordo para os donos da JBS geraram desgaste para a imagem da operação. Integrantes do Suprem Tribunal Federal ouvidos pelo blog admitem nos bastidores que, com o decorrer da investigações, os termos do acordo da JBS podem ser modificados. Em sua delação premiada, Palocci prometeu também contar, nas palavras de um interlocutor, a “sua visão” sobre as operações da JBS.


O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernadinho Beira-Mar, deixou, na manhã desta quinta-feira, o Presídio Federal de Segurança Máxima de Rondônia, no Norte do Brasil. Ele será transferido para outra unidade, que era até então mantida em sigilo. O destino é o presídio Federal de Mossoró.

Nessa quarta-feira, cinco filhos, uma irmã, a ex-mulher, a ex-sogra e os sobrinhos do traficante tiveram mandados de prisão preventiva expedidos em operação da Polícia Federal que desmantelou a quadrilha liderada por ele de dentro da Penitenciária Federal de Porto Velho.
De acordo com o delegado Leonardo Marino, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes de Rondônia, onde o traficante estava preso, a irmã de Beira-Mar, Alessandra Costa, era o seu braço direito no esquema. Também advogada do irmão, ela era responsável por levar seus recados a outros integrantes da organização criminosa. Alessandra foi presa em um condomínio de luxo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Outros dois advogados dele também foram detidos.
A investigação chegou à conclusão de que Beira-Mar dominava não só o tráfico de entorpecentes, mas também exercia poder em atividades de 13 comunidades de Duque de Caxias, como o fornecimento de gás, água, cigarro, serviço de mototáxi e caça-níquel.
“A operação demonstra que, mesmo recluso, Beira-Mar ainda detém o controle de atividades na comunidade de Duque de Caxias. Também descobrimos que ele tinha dinheiro ocultado em imóveis e empresas”, afirmou o delegado. “Suas atividades chegavam a um lucro líquido de R$ 1 milhão por mês. Chegamos a um patrimônio de R$ 30 milhões ligados a ele, que serão objetos de sequestro.”
O delegado também informou ontem que Beira-Mar seria transferido da Penitenciária de Porto Velho, de onde comandava o esquema por meio de bilhetes codificados. Os recados eram passados para celas de outros presos e enviados para suas mulheres nas visitas íntimas.
A mulher do traficante, presa em um presídio federal do Rio, também recebia recados por meio de códigos em visitas virtuais dos dois. Alguns seriam para indicar funcionários para cargos comissionados na Camara de Vereadores de Duque de Caxias. Da prisão, Beira-Mar também comandava influências da quadrilha no tráfico internacional de drogas, no Paraguai, no Peru e na Bolívia.
A operação, chamada Epístolas, cumpriu 22 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, na Paraíba, no Ceará, em Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
A PF também realiza outras medidas cautelares, como o bloqueio do dinheiro depositado em 51 contas bancárias e a suspensão de atividades comerciais de nove empresas ligadas ao traficante. Em busca a uma casa em Duque de Caxias, foram apreendidos R$ 100 mil em espécie.
Epístolas
A PF explicou que o termo “epístola”, que dá nome à operação, é utilizado para denominar textos escritos de maneira coloquial em forma de carta, com objetivo, ou não, de serem enviados ou obter respostas dos destinatários
Fonte:Blog Do BG

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