sexta-feira, 24 de março de 2017

Carnes de 3 frigoríficos terão que ser recolhidas, determina Senacon

Os  frigoríficos Souza Ramos, Transmeat e Peccin, que estão entre os 21 investigados pela Operação Carne Fraca, terão que recolher todos os seus produtos, distribuídos a supermercados e também já vendidos a consumidores.
A determinação foi feita na quinta-feira (23) pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça. Em nota, a Senacon informou que os frigoríficos têm até 5 dias para dar início ao recall.
G1 procurou a Senacon para saber como o recall será feito e como os consumidores devem proceder, mas não havia recebido resposta até a última atualização desta reportagem.
Dos três, apenas o frigorífico Peccin teve unidades interditadas após a Carne Fraca, em Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba. A empresa é suspeita de uso de carne estragada em salsicha e linguiça, uso de carne mecanicamente separada acima do permitido, uso de aditivos acima do limite ou de aditivos proibidos.
O Souza Ramos é suspeito de substituição de matéria-prima de peru por carne de aves e troca de favores por procedimentos fiscalizatórios. Já a Transmeat, por corrupção e injeção de produtos cárneos (água na carne de frango acima do permitido).
Em nota, a Senacon informa que a determinação do recall ocorreu após o Ministério da Agricultura comunicar o resultado de sua auditoria nesses frigoríficos.
Nessas auditorias, foi constatado, segundo a nota, que o frigorífico da Souza Ramos em Colombo (PR), "não detém controle dos processos relacionados a formulação e rastreabilidade de seus produtos não garantindo a inocuidade dos produtos elaborados."
Sobre o frigorífico da Transmeat, que fica em Balsa Nova (PR), a auditoria do ministério apontou que "o estabelecimento não detém controle dos processos relacionados à rastreabilidade dos produtos."
Já em relação à unidade da Peccin de Curitiba, o ministério identificou "suspeita de risco à saúde pública ou adulteração."
"Diante dos fatos, em 23 de março, a Senacon determinou que Souza Ramos, Transmeat e Peccin iniciem em até 5 dias o recall das carnes provenientes dos estabelecimentos mencionados. Todos os produtos com origem naqueles estabelecimentos devem ser recolhidos, com o devido reembolso ao consumidor, daquilo que for por ele restituído aos pontos de venda", diz a nota da Senacon.

Repercussão

Deflagrada há uma semana, a Operação Carne Fraca repercutiu dentro e fora do Brasil, que é um dos maiores produtores de carne do mundo. As suspeitas levaram alguns dos principais compradores da carne brasileira a suspender a importação, entre eles União Europeia, China, Japão, México, Chile e Emirados Árabes.
Hong Kong, segundo maior importador de carne do Brasil em 2016, que também havia adotado restrições, anunciou nesta sexta (24) que tirará do mercado a carne brasileira supostamente adulterada e procedente dos 21 estabelecimentos investigados na operação.
As restrições à carne brasileira já fizeram despencar as exportações de carne pelo Brasil e causa preocupação em produtores que fornecem os animais para os frigoríficos.
O presidente Michel Temer e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, vêm apontando exagero na repercussão da Carne Fraca e o risco de a indústria de carne brasileira perder espaço. Nesta sexta, em discurso em São José do Rio Preto (SP), Temer disse que a carne produzida no Brasil é forte e é a "melhor do mundo."
Fonte:Portal G1

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